Produtores e chefs criam movimento a favor das abelhas nativas na Bahia

No estado, ainda não foi aprovada a lei que regulamenta a criação, o transporte e o manejo das abelhas nativas (sem ferrão). Existem milhares de produtores familiares na Bahia que não podem comercializar o mel e seus subprodutos de forma legal para outras cidades e estados. Para mudar este cenário, um grupo de meliponicultores e chefs baianos criaram um movimento para pressionar o poder público a aprovar o projeto de lei (PL) 21.619/2015, que será votado nesta terça-feira (12).

Para que o PL seja aprovado a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa da Bahia precisam votar a favor do projeto e em seguida ele será enviado para o governador sancionar a lei, caso nenhuma objeção tenha sido apresentada pelos parlamentares.  

Chef Caco Marinho. Foto: André Fofano.
Chef Caco Marinho. Foto: André Fofano.

Um dos representantes do movimento a favor das abelhas nativas, o chef Caco Marinho, conta que a Bahia foi pioneira no texto de regulamentação, que serviu de modelo para outros estados brasileiros. “Agora precisamos dessa lei vigorando de fato para trabalharmos pela preservação do meio ambiente e para que a atividade se consolide como fonte de renda para os pequenos produtores.”, afirma o pesquisador que nas suas redes sociais citou 12 motivos para que todos apoiem a meliponicultura baiana. Confira abaixo o texto original:

12 bons motivos para apoiarmos a meliponicultura baiana

1. Porque a criação e manejo de abelhas nativas é milenar. Tradição passada de pai para filho, por nossos indígenas. Trata-se de patrimônio cultural.

2. Pelo orgulho de termos sido pioneiros. A Bahia foi o primeiro estado Brasileiro a propor a regulamentação da meliponicultura. Seu texto serviu de base para as leis que hoje vigoram no Paraná, no Maranhão, no Rio Grande do Sul, no Amazonas e em Santa Catarina.

3. Porque precisamos das abelhas para termos boa produtividade agrícola e, por consequência, alimento nas nossas mesas. As abelhas são as principais polinizadoras na natureza.

4. Porque assim protegemos o meio ambiente. Promovendo uma alternativa ao extrativismo não sustentável.

5. Porque todo meliponicultor que conheci nos últimos anos é protetor das matas e gosta de plantar árvores. Entende que sem as árvores não existe alimento para as abelhas que cria.

6. Porque todo meliponicultor é contra o uso agrotóxicos. Ele sabe que agrotóxico não é defensivo agrícola. Ele sabe que é veneno que mata gente e mata abelhas.

7. Porque muitos meliponicultores resgatam as abelhas em áreas de supressão vegetal. Onde tratores e motoserras derrubam árvores e onde ainda fazem queimadas.

8. Porque essa atividade gera renda para famílias de pequenos produtores.

9. Porque a manutenção da existência das abelhas nativas garante biodiversidade. Sem elas teríamos apenas os méis das abelhas europeias, que são ótimos, mas bem diferentes.

10. Porque os méis das nossas abelhas nativas são ingredientes identitários da Bahia. Não há igual em nenhum outro lugar do mundo.

11. Porque as abelhas nativas são mansas, sem ferrão, e podem ser criadas em áreas rurais ou mesmo urbanas, em pequenos quintais e, já vi, até em apartamentos. Meus filhos bebem o mel delas diretamente dos potes nas colônias daqui de casa.

12. Enfim, porque os meliponicultores, reproduzem as colônias em seus quintais, aumentando a população de abelhas e afastando o fantasma do risco de extinção.

 

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