“A comida é uma arte”, afirma rainha da maniçoba mais famosa de Salvador

D. Neide é a responsável por fazer a maniçoba mais famosa da capital baiana

Por Eliomar Santos
De origem indígena, o prato é preparado juntamente com a folha da mandioca.
No estilo de um bom boteco, o restaurante A Venda, localizado no bairro da Boca do Rio, em frente ao antigo Aeroclube, ganhou fama em toda cidade por conta de seu prato mais requisitado por lá: a maniçoba, tida como a melhor da capital baiana. De origem indígena, o prato é preparado juntamente com a folha da mandioca, que por sua vez precisa ser cozinhada diversas vezes por conta de uma substância tóxica. Todo o preparo é acompanhado de perto pela proprietária do estabelecimento, D. Neide, conhecida como a rainha da maniçoba em Salvador.
A paixão pela maniçoba para ela surgiu há quase 20 anos, quando ela montou o restaurante. “Para você fazer parte do mundo da gastronomia tem que gostar. A comida é uma arte. Quando entrei na área, a maniçoba foi logo o meu primeiro prato a ser vendido. Trouxe ela lá do Recôncavo, pois sou de Cachoeira. Daí peguei essa paixão, até porque já tenho 19 anos trabalhando com a maniçoba. Em dezembro completa 20 anos”, contou ela.
Segundo D. Neide, a fama de rainha da maniçoba foi dada pelos próprios clientes: “foi o povo que criou isso. Muita gente que passou por aqui, inclusive tem gente de Cachoeira que vem aqui só para comer a maniçoba da A Venda. Alguns deles foram em outros lugares que também vendem maniçoba, mas não gostaram. Tive a ideia de servir um pouco do prato para o cliente que vem pela primeira vez provar e saber como é. Acho que eles acabam gostando do bom tempero também, porque eu faço tudo com os ingredientes frescos”.
Proprietária do restaurante junto com o marido, a baiana faz questão de acompanhar o preparo da maniçoba de perto, assim como outros pratos, entre eles a feijoada e o sarapatel. “Sempre estou na cozinha. Aqui servimos vários pratos, mas a maniçoba eu sempre estou preparando. Tenho que estar na frente sempre. Esses pratos têm que passar pelas minhas mãos. A cozinha é um dom. Quando eu não faço qualquer um desses pratos os clientes logo percebem e brincam: ‘esse não foi você que fez’. Eles já conhecem o meu tempero”, confessou. No local há também carne de fumeiro com farofa d’água, carne do sol e dobradinha.

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